Até a Toscana

 

2 a 12 de agosto de 2018: Pirinéus, Cote d´Azur, Provence, Cinque Terre, Toscana...

    Uma planificação rigorosa durante meses, permitiu-nos, com alguns ajustes de caminho, conseguir fruir, apesar da intensidade, pouco mais de 4000 km que percorreram partes de quatro países.

    Procurámos que não fosse um grande prémio de motogp, pois o objetivo era visitar partes dos países que não conhecessemos ou, quando conhecíamos, ver de outra perspetiva, de outro modo. Não obstante existiram dias mais exigentes que foram contrabalançados por algum relaxe ou mesmo muito descanso (no navio, de regresso...).

    Os locais a visitar estavam bem definidos. Fizeram-se opções que nos levaram a trajetos muito variados durante densos 10 dias.

    Cidades e vilas relevantes, como Barcelona, Saragoça, Nimes, entre outras, foram consideradas no roteiro apenas de passagem, pois não eram prioritárias para o que delineáramos.

    Sobre as dormidas e restaurantes houve de tudo. Dormidas em hoteis simples ou turismo rural de passagem, ate hoteis de 4 estrelas. Os restaurantes foram estudados e reservados com antecedencia (9 horas de trabalho nesse importante aspeto). Jantou-se sempre muito bem, geralmente,  com as motas estacionadas para se poder apreciar o bom vinho frances e italiano.

    Parte dos Pirinéus espanhois e franceses, o maior Canyon da Europa, as Alfazemas da Provence , uma fatia da Côte d'Azur, as Cinque Terre e emblemáticos sítios da Toscânia constituiram-se como a parte fundamental do nosso périplo.

    As motas portaram-se muito bem e permitiram-nos ver muitas paisagens com as vantagem das duas rodas, que é a de ver como se fossemos a pé ou a correr (sem sair e entrar constantemente como nos carros), passar as filas, nos semáforos estar na pole position e avançar, numa posiçao alta e com enorme visibilidade.

   Os consumos foram os esperados e o desgaste dos pneus  Road Pilot 4 e Road Pilot 5 que equipavam, respetivamente a BMW e a Honda, foram normais mesmo com a canícula que se fez sentir na maior parte dos dias. A temperatura do pneu traseiro chegou a 46 graus centígrados.

Dia 1

    Partida de Braga. Café em área de serviço em Chaves, paragem em Burgos, dormida em Pamplona. Jantar e passeio por Pamplona, cidade cheia de jovens confraternizando, sentados nas ruas do casco histórico. Jantar no Anttonenea, restaurante que se recomenda.

Dia 2

    De manhã, partida para Jaca e subida para os Pirinéus espanhóis e franceses. Apreciamos Bãnos de Penticosa, Col d´Aubisque, Col de Tourmalet e outros locais altaneiros por onde passa a volta à França. As paisagens são mágicas e muito apaziguadoras. A carecerem de nova visita.

    Sers e Sengouagnet seguiram-se, tendo o grupo dormido, nesta última aldeia, muitíssimo bem, pois a casa de turismo rural estava enquadrada numa envolvente florestal exuberante. Por ali perto existem ursos e outra bicharada.

  

Dia 3

Depois do sumo de laranja natural, iogurtes e compotas caseiras natural, rumamos a S. Girons, Mirepoix, Carcassone, Pont du Gard e  Avignon.

    Entre aldeias medievais, ponte e aqueduto romanos notáveis (Pont du Gard) e cidades muralhadas (Avignon) e imponente cidadela fortificada de Carcassone, lá fomos fruindo, destilando, por entre um calor infernal. Carcassone e a ponte exigem entradas pagas, a bem da preservação do património. Belo jantar no Fou de Fafa, regado com duas garrafas de tinto de produtor da zona.

 

Dia 4

    À procura das alfazemas, abatidas pelo calor, visitámos a Abadia de Senanque. Ficamo-nos pelo exterior, pois era domingo e os frades encontravam-se em serviços religiosos, entoando laudes e vésperas.

   Apt, Forcalquier seguiram-se no trajeto. Subindo, subindo... uma fantástica montanha chegámos ao incrível desfiladeiro de Verdon, o maior Canyon da Europa (só mesmo indo, vendo, sentindo...). Passámos em cima das nuvens e serpenteámos por estrada chuvosa até ao nosso lugar de repouso em La Roque Esclapon. Por ali jantámos coisas do campo em noite de céu estrelado.

   

Dia 5

    Tomado o segundo pequeno almoço mais genuíno da nossa estada por terras gaulesas (em cavaqueira com agricultores genuínos, a 1000 metros de altitude), descemos para a Provence. Visitámos uma feira de produtos agrícolas em Gordes e seguimos rumo a Saint Tropez. O trânsito demoveu-nos de lá chegar e preferimos banharmos, durante uma hora, com a estância à vista, naquelas águas de 28 graus. Em Saint Raphael almoçamos junto a um francês que disponha do seu almoço (duas baguetes) no chão e em cima da proeminente barriga, dormindo cesta, encostado à pedra que honrava o desembarque do imperador Bonaparte naquele mesmo local, após ter conquistado o Egito.

    Cannes, outra vez praia. Fantásticos banhos onde BB nadara. Saint-Paul de Vence e Nice ofereceram-se no caminho. Descanso em Nice, após belíssimo jantar no Di Piú (pratos gigantescos e bem servidos.) Regresso atribulado... de metro ao hotel.

  

 Dia 6

    Eze é localidade que todos deviam visitar. É preciso subir um pouco pelas estradas da Côte d´Azur, mas vale bem a pena visitar esta terra de arte, poetas e perfumistas. Muito romântico.

    Daí ao rico Mónaco foi um deleite. Pelo principado demoramo-nos um bocado, passeando a pé e admirando o que era mais relevante de se ver.  E, claro, fomos refrescar na praia (um pouco mais à frente do bulicio citadino).

    Depois apanhámos a autoestrada das flores, sim aquela onde caiu o viaduto..., até Génova, cidade onde dormimos e jantámos muito bem (L'Ostetrattoria della Foce). Escusado será dizer que íamos sempre a pé para o Hotel, pois comer sem provar os vinhos e os digestivos locais seria um atentado que faríamos às terras e gentes visitadas.

  San Remo foi, entre outras, uma das localidades previstas para visita mas cortadas face a demoras noutras paragens.

Dia 7

    A estrada nacional que nos leva até Portofino já fora bela, mas ainda guardava troços de charme. Mas, já a estrada junto ao mar que segue mesmo até Portofino é absolutamente imperdível. Portofino dá nome a um Ferrari e isso diz tudo quanto ao glamour que se respira pelas povoações que passámos até aquele pitoresco local. Depois disso, autoestrada até Monterosso. Decidimos visitar de barco o Parque Nacional das Cinque Terre. Descemos em Riomaggiore e por ali se almoçou e se nadou. Muito calor, muita gente, mas uma alegria navegar ao largo da costa e relembrar Manarola, entre outras aldeias coloridas penduradas nos penhascos da Riviera Ligure (património da UNESCO). Os mestres das embarcações italianas devem fazer parte da equipa VR46...

    Partida para Lucca, cidade que visitámos, mas que mereceia mais tempo. Mais um faustoso jantar (Cantine Bernardini), passeio e imensas bolas de gelado italiano em gelataria secular.

Dia 8

    Começa o esplendor da Toscânia. San Gimignano (uma NY medieval), Sienna, Asciano e San Quirico d’ Orcia, de passagem. Chegada à vila património da humanidade, Pienza. Por ali filmou Ridley Scott, o Gladiador. Passeio, sande de leitão e queijo de Pienza.

   Jantar charmoso em turismo rural onde dormimos, não sem antes nos deliciarmos nas águas renovadoras de uma bela piscina, envolta em ciprestes, vinhas, flores... enfim, em parque arbustivo e arbóreo bem cuidado.

 

Dia 9

    Montepulciano, Monticchiello, Pitigliano... são localidades do género de Pienza, cada uma com a sua beleza. Todas adornadas pela paisagem típica da Toscânia, nesta zona, no seu melhor.

Dia 10

    Pequeno-almoço e partida para Civitavecchia. Cidade portuária (antigo porto romano) com muita vida e muitas esplanadas. As estradas nacionais até àquela cidade não estão nada bem. Precisam de asfalto novo.

   Depois de lanche à beira-mar, fomos para o porto e embarcámos. O navio (um grande ferry-boat da Grimaldi Lines) zarpou pelas 23:00h. Dispunha de algumas comodidades. Bares, restaurantes, ginásio, jacuzzi, casino, lojas... entretinham os passageiros. Reservámos camarotes. Nada como um banho quente, casa de banho privativa e uma cama fresca para dormir umas valentes horas. Porém, muitas pessoas dormiam pelo navio, desde sofás no bar, corredores, até aos convés ao relento... Havia gostos para tudo.

   O almoço no navio foi, inesperadamente, muito retemperador.

 

Dia 11

    O ferry aportou pelas 21:00h em Barcelona. Tomámos a autoestrada mais rápida até Saragoça, onde dormimos. Cidade enorme e bem arranjada.

Dia 12

    A estrada por Soria, até Aranda do Douro é muito bonita e faz-se muito bem, para variar às monótonas autopistas espanholas. Almoço pelo caminho em restaurante típico. Seguiu-se Valadollid e dali até Braga, passando ao largo de Chaves, foi um tiro, sempre por autoestrada, tendo o ritmo sido vivo.

 

   É claro que muito fica por dizer. As sensações, as emoções variadas, os acontecimentos (como um café motard onde parámos e ouvimos histórias, ou o acolhimento familiar do dono de um restaurante em Génova, ou um prego que se alojou no pneu traseiro de uma das motos, mas não quis furar...), mas essas impressões da viagem tal como as fotos pessoais ou o bonito vídeo que editámos, ficam para nós...

   No entanto, fica aqui o mote para quem desejar carregar a sua moto e quiser rolar pelas estradas com imenso prazer. 

    Boas curvas....

 
 

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