2015 - março - Lago de Sanábria

 

    As previsões meteorológicas prometiam. A vontade de voltar ao ativo (leia-se rodar o punho) era enorme. O que faltava? Um objetivo e um destino.

Foi neste contexto que resolvemos planear mais um raide pelo norte do nosso pitoresco país, até ao Lago de Sanabria (província de Zamora, Castela e Leão).(https://es.wikipedia.org/wiki/Parque_natural_del_Lago_de_Sanabria_y_alrededores)

 

   O objetivo era modesto, mas determinado: fruir a Natureza e comer uma posta mirandesa de alto calibre.

   Coisas simples.

 

   Sábado,  6 de março, o Deus Sol Invencível despertou majestoso e acompanhou sempre os três motard que partiram de Braga e Guimarães.

À Honda NC700D e à BMW C 650GT, juntou-se uma bela Yamaha T-Max 530 negra e com melodia contagiante.

    Um café acompanhou um briefing para conferirmos quem trazia mais “agasalhos”. Os bracarenses sentiram-se esmagados pelo equipamento anti-estepes-geladas-siberianas  que o proprietário vimaranense da T-Max transportava. Bem foi necessário, pois o frio das terras altas fez-se sentir...

   Pela sinuosa nacional 103, partindo de Braga, só parámos em Chaves. Justificavam-se uns pastéis da terra, bem quentes, para aquecer um dos companheiros que tem mostrado (apesar dos punhos, bancos aquecidos e outras mordomias) um certo padrão comportamental: desliga o motor e, imediatamente a seguir, começa a tremer de frio. Um fenómeno a estudar...

 

Finda a pausa, rumamos para Gimonde, aldeia perto de Bragança.

Seguimos pelo percurso menos comum, mas sem dúvida mais interessante (estradas n.º 103 e n.º 13). Com o Parque Natural de Montesinho nas nossas rodas, parámos em Vinhais para um abastecimento estratégico.

 

   Cinquenta calmos minutos depois encontramo-nos sentados em frente a três suculentas postas, bordejadas de batatinha frita de agradável textura. No restaurante O Abel, em Gimonde, come-se bem. O restaurante é um pouco barulhento, mas compreende-se que vale o esforço pela qualidade prazentosa do ato mastigatório a que nos sujeita a honesta carne de pasto.

  Foi uma proeza difícil desbastar a iguaria, mas, com perseverança, demos conta do trabalho.

 

  
As entranhas pediam o necessário descanso, pelo que o trajeto de encanto ímpar, pelo Parque Natural de Montesinho, até ao Parque Natural do Lago de Sanábria, foi cumprido com grande e sonolento esforço...

 

   

   Por ali descansamos os ossos. A paisagem estava deslumbrante. As águas quietas, o sol quente poisado sobre o lago, contrastando com a neve no cume das montanhas que rodeiam o maior lago de origem glaciar da Península Ibérica.

 

   Foi aqui que um dos motard,  em agonia,  teve de arrefecer os pés (cozidos pelo calor impiedoso das botas), descalçando-se e juntando-se aos nativos que, relaxadamente, com as suas famílias gozavam os prazeres de um justo descanso.

 
 

    O regresso foi feito pela gratuita A52, depois pela A24 até Boticas. Daí, pela entusiasmante n.º 311, foi um tiro, de grande divertimento de curva em curva, até Salto. Por fim,  na bifurcação, despedimo-nos com um grande sorriso nos lábios. Seguimos até casa; um por Cabeceiras de Basto, os outros por Venda Nova.

 

Quinhentos e quarenta quilómetros (de prazer) ficaram para trás. Acho que ficamos com vontade de mais...

 

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