2016 / 5 de outubro - PNPG / Serra Amarela

Dia 5 de outubro de 2016, reposto o feriado nacional, bom tempo(sem nevoeiro, desta vez), fizeram-se à estrada três motas e respetivos companheiros (ou será ao contrário?).

Do percurso a efetuar destacava-se, como "prato principal", Germil e Ermida, aldeias do concelho de Ponte da Barca, distrito de Vana do Castelo.
A fotografia, em baixo, mostra, talvez, o retrato mais emblemático por onde passamos. Mais à frente diremos o porquê.

“Um dia pela Serra Amarela, a percorrer vezeiras, a visitar fojos de lobos e a quebrar a cabeça no enigma de quinze ou vinte casarotas perdidas numa chapada.”
Miguel Torga, numa visita à Serra Amarela, em 25 de Julho de 1945.
 
Saídos de Guimarães e Braga, o encontro foi em afamada pastelaria a seguir ao Hotel Melía, já de caminho para Campo do Gerês, pela N103,  descendo pela N304 até às pontes sobre o rio Caldo. (Estas pontes, construídas, em 1954, pelo distinto Eng.º Edgar Cardoso, merecem alguma investigação, pois revelam surpresas.)


Dali fomos, sem paragens até Campo do Gerês (N3081, M533) onde subimos lentamente até à Pousada da Juventude, de visita. Serpenteamos pelos jardins e apreciamos como aquele local está bem tratado e é usado por muitos jovens e famílias como ponto de partida para caminhadas e aventura. Ainda rolamos 2 minutos pela estrada que vai até Carvalhosa (M1259), só para ver o perfil das montanhas ao longe... , depois voltamos para trás.

Uma retemperadora paragem numa infraestrutura que possibilita, entre outras atividades, arborismo e passeios a cavalos, permitiu-nos recuperar forças à volta de uns cafés.

Afinados os GPS, abalamos em direção à Barragem de Vilarinho das Furnas (nesta altura, a aldeia com o mesmo nome, está quase visível).

Pela M307 passamos em Brufe (onde se encontra o Restaurante Abocanhado). Dali partimos até Germil (M1149 e M1348), aldeia de múltiplos encantos, onde fomos muito bem recebidos por...este cavalinho... que, nitidamente, se fez à foto.


Daqui, segue-se uma descida imponente, sem proteções laterais e vistas deslumbrantes. A vegetação ameaçava o outono com os seus tons vibrantes.

Paragem obrigatória no Fojo do Lobo, com cerca de 300 anos.

 


 
  Para Ermida segue-se pela M1349. Não esperávamos o que íamos encontrar.
 
  A Serra está coberta por matos secos dominados pelas urzes, tojos e matagais onde as giestas florescem
  Os carvalhais, mais fragmentados, também por ali se encontram.
 
   
E lá seguimos por estas paisagens que oscilam entre o bucólico, o perigoso e o austero.
 
A estrada para Ermida é belíssima, fazendo lembrar trechos da Serra da Estrela.
 
 
Gado caprino, bovino e pastores foram muito avistados.
 

Por fim, paragem em Ermida

Aqui, momento de merenda pautado por momento cultural.


Com efeito, a simples visão daquela mulher idosa que carregava lenha, quase se penitenciando junto da santa (da Ermida), levou-nos a retirar da algibeira (iphone) um belo texto de J. Saramago.
Quem não conhece que o leia. É curto e encaixa no passeio e na mulher que nos fica na memória, como uma
"Carta para Josefa minha avó", 1968, jornal A Capital.

www.josesaramago.org/carta-josefa-minha-avo-1978/

E aquela camponesa com quem trocámos umas palavras e pedimos para tirar uma fotografia (selfie não sabíamos se aprovaria), brilhou, sem o saber, dentro do seu profundo traje negro.


Obrigado Serra Amarela (um dos grandes relevos que fazem parte do Parque Nacional da Peneda-Gerês)!


 

 

© 2014 Todos os direitos reservados.

Crie o seu site grátisWebnode