2015 09 - Finisterra

O passeio de mais de cerca de 620 km (devido aos desvios) tinha tudo para ser perfeito, no que concerne à fruição da paisagem. Porém, no advento da rara Super Lua de domingo, o tempo enganou os boletins metereológicos. O nevoeiro cobriu toda a viagem, de Guimarães, passando por Braga, Valença, Pontevedra e Fisterra.

 

Tomado o pequeno almoço numa pastelaria bracarense, seguiu-se pausa em Valença para café. Optou-se por fazer todo o percurso até ao destino, privilegiando as estradas nacionais. Fazia mais de uma década que cada um de nós não circulava pela estarda de Valença a Tuy.

Padron, junto ao rio, foi quase ponto de paragem para pausa. Porém, fizemo-lo mais acima, numa bela estrada para motos, que nos levou a Noia. Um casal inglês de moto passou por nós, mais uns suecos de autocaravana. Seguimos até Muros. A estrada de Muros a Fisterra costuma ser lindíssima. As areias claras, o sol brilhando sobre as águas azul clarinhas... as boas estradas... Todavia, naquele sábado, apenas nevoeiro denso, molhado e mais nevoeiro... e até frio, que nos fez ligar os punhos e bancos aquecidos ou optar por luvas mais protetoras.

Chegados onde supostamente acaba a terra, tinhamos em mente almoçar num local agradável, com vista sobre a baía. Estacionadas as motos à vista da esplanada do restaurante onde dantes se viam os piratas, eis que chega o dono do restaurante e pede-nos muita desculpa, mas não podia receber mais ninguém, pois tinha um tubo roto na cozinha...

Avançamos para outro restaurante, onde comemos frugalmente. O bife era fino, mas honesto.

 

Partimos para o Cabo Finisterra. Encontramos muitos caminhantes, ciclistas, pereginos e... nevoeiro. Foi ali, onde se inicia o quilómetro zero para os peregrinos de Compostela, de Santiago, que lembramos que só se dá valor as coisas que temos em certas circunstâncias. Quando ali se vai, o que se quer ver é a paisagem do topo da ravina rochosa, apreciar toda a costa, ali onde se inicia a Costa da Morte. No entanto, o que conseguíamos ver a 30 ou 50 m era... o farol. O farol impôs-se em todo o seu esplendor, mostrando que era ele que mandava ali.

Tiramos umas fotos e justificamos a viagem pelo prazer de rolar, principalmente na estrada que nos levou de Padron a Muros. A Serra de Otes, mereceria uma visita, pois a paisagem que se pode admirar de cima, é imponente... sem nevoeiro.

O regresso fez-se, essencialmente, por autoestrada em muito bom ritmo, apesar do... nevoeiro.

Chegámos a pensar que a presença de tanta neblina se relacionava com os casos dos motores diesel da VW... pensámos que haveria perto uma concentração de automóveis daquela marca..., mas não!

 

Para o jantar, decididmos ir buscar uma bola de carne e bolas de Berlim ao Natário, em Viana do Castelo. O desvio justificava-se. Chegámos. Aguardava-nos um papel na porta a indicar que... estavam de férias.

Bem... após um café, rodamos o punho e chegamos num ápice a casa.

 

Hoje, quando escrevemos estas linhas, olhamos pela janela e, lá fora, está Sol e... nevoeiro!

Valeu a camaradagem e, naturalmente, o prazer de deixar alguma borracha no alcatrão.

Voltamos sem problemas para poder assisitir, no dia seguinte, à fabulosa terceira vitória de Miguel Oliveira no Campeonato do Mundo de Moto3 e à impressionante luta entre Pedrosa e Rossi. (Pedrosa merece há muito um campeonato do mundo).

Valeu, como sempre, libertar adrenalina, avivar os reflexos, o prazer de condução, de inclinar, de travar, de acelerar, de estar desperto para os radares, de evitar os perigos, de estar atento.

Com efeito, ao rolar de moto sentimo-nos sempre muito vivos, muito enérgicos; e isso não há nevoeiro, nem chuva que nos tire.

Até à próxima!

 

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