Viseu, Estrela e mar

 
   Depois de umas férias densas e com muito calor na Toscânia e outras paragens que fizeram aquecer motores, almas e fígados, o casal da Honda Integra conseguiu, excecionalmente, desencantar umas férias das férias!
  Perfizeram-se ao todo 610 km de estradas com muito prazer e paz. O tempo estava perfeito para andar de moto, tirando um "pequeno" contratempo no Caramulo, de visita ao Festival do Caramulo.
  Aqui fica um resumo dos dias 6 a 9 de setembro.
 
Dia 1
   Saída de Braga pelas 11:00h até... Viseu? Não. Paragem para almoço, reservado, na Casa Vidal, em Aguada de Cima. Após o sempre maravilhoso leitão nesta instituição nacional, autoestrada até Viseu. Arrumada a mota em garagem, mergulho na piscina do Hotel Grão Vasco, onde pernoitámos. Sauna, banho turco e outras mordomias se sucederam numa cura pela água. Nada fizémos, a não ser nadar  e fazer uma espécie de hidroginástica divertida... a julgar pela expressão facial de uma bifa que nos contemplava, vermelha, esticada ao sol. No cair da tarde visita à organizada Feira de S. Mateus.  Jantar por lá umas afamadas enguias de Aveiro. Passeio demorado e lento pelo casco histórico e caminha.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dia 2
   De manhã, após o pequeno almoço com um bom ananás, excelente bolo de banana e compotas caseiras, revisita ao Museu Grão Vasco, mais Catedral e repetivo Tesouro. Uma boa surpresa foi a visita à Casa do Miradouro, onde se encontra a coleção arqueológica de José Coelho, antigo professor do Liceu de Viseu, seu Reitor e historiador. Destaque para a coleção de caderninhos minuciosos onde este tudo registava. Viseu preserva a memória dos seus notáveis, desse modo vivifica a sua identidade coletiva.
 
 
   Visita a vários jardins e compra de almoço em pastelaria afamada, de seu nome Amaral. Mais visitas a jardins e a várias ruas do casco histórico. Quem por ali andar observará uma gelataria que parece ter gelados bons artesanais italianos. Não tem.
   Mais uns passeios e saímos já pelas 15:00h. Foi só ir buscar a mota e pertences guardados na simpática receção do Hotel e abalar, pois já havíamos liquidado a fatura pela manhã. O Hotel estava cheio, mas não se sentia. Pelo preço esteve-se ali melhor do que no 5 estrelas um pouco mais caro, que existe na cidade, mas não no centro. Quando fizémos um tour de moto pela cidade espreitámos a piscina do Hotel Montebelo. Não gostámos. Era pequena e tinha mais cadeiras do que água. Muita gente. O Grão Vasco, 4 estrelas, soube envelhecer com algum charme.
   Saída para a Serra da Estrela por Nelas e Seia (estrada 231). Dali até Sazes da Beira, pela 231 e mais uns espetaculares atalhos por estrada de montanha recém asfaltada na descida, e depois subida verdejante até Loriga. A praia fluvial da Loriga está bem enquadrada e recebe água pura do vale glaciar lá em cima. Piquenique com bolas de carne e de sardinha, mais bolos típicos adquiridos em Viseu, com destaque para as Rotundinhas. Depois de um mergulho que abateu 200 calorias (a água estava fresquinha), seguiu-se uma estrada boa para motards até Unhais da Serra, onde o deleite em nos deitarmos nas curvas, com boa inclinação (ajudados pelos novos Michelin Road Pilot 5), foi catártico.
 
   Visita a Unhais da Serra. O Hotel H2O é bonito, mas merecia melhor poiso.
   Chegada a Penhas da Saúde (estradas 230 e 239). Como partimos sem destino, aproximou-se a noite e resolvemos questionar se havia quartos na Pousada de Juventude. Só restava um quarto com casa de banho privativa e LCD. Um Hostel com LCD e melhores instalações do que um Hotel de 4 estrelas em Albufeira onde pernoitara certa vez! Os quartos ficavam em infraestrura separada do edíficio principal e tudo esteve bem, por pouco mais de trinta euros, com pequeno almoço! Os hotéis por ali estavam cheios, muita gente a caminhar no Verão... O simpático rececionista indicou-nos onde jantar. Fomos a pé. Varandas da Estrela, nome a preservar, indicado pelo guia do Expresso Boa Cama Boa Mesa, foi o restaurante. Não reservámos: erro crasso; pelas 20:00h, tudo cheio! Colei-me como uma carraça ao empregado da receção e fiz uma cara especial..., até vir o chefe e, condicionalmente, marcar-nos o segundo turno, para as 21:15h, caso um determinado e conhecido seu casal jantasse rápido, como lhes era habitual. Assim foi. Demos passeio e pelas 20:30h sentámos em sala de espera a deliciar-nos com presunto queijo, azeitonas, azeite, beterraba e vinho. Passados para a mesa, encomendámos e... comemos tão bem, tão bem (pratos, várias sobremesas... vinhos e licores...) que deixámos 10€ de gorjeta. Um caso raro. Por pouco a gorjeta ficava ao preço da pousada. O Varanda da Estrela também tem casas para alugar. Tomámos conta para viagem futura.
 
Dia 3
 

   Partida com café no Sabugueiro e passagem por Seia. Depois corte por estrada alternativa passando pelo Mosteiro de Fráguas até chegar ao Caramulo, subindo pela Serra. Por ali colhemos,  na beira da estrada, uvas saborosas.

   No Caramulo é o festival habitual: desfile de carros variados, motas, aviões, visita ao Museu (com exposição da evolução da Porche em 70 anos), entre outras atividades. Por ali lanchámos e vimos a partida para a rampa de alguns bólides e pilotos famosos. Eis que a chuva cai mais cedo e em maior quantidade do que o previsto. Já tínhamos pressentido na Serra que a coisa ia piorar (trovejou e choveu, tendo apanhado nevoeiro na Torre e 6 graus de temperatura). Mas, cá em baixo, voltaram os 25 graus até ao Caramulo.

   Tivémos de partir até à Figueira da Foz quase sempre à chuva. A 50 km do destino a chuva desapareceu e o sol e a velocidade na autoestrada ajudou a secar as sapatilhas, pois não leváramos calçado adequado. Na Figueira fomos até ao outro lado visitar as salinas e docas. Depois Costa de Lavos. Estava gente na praia tomando sol e banhos. Jantar e pernoita em casa de familiares na Figueira da Foz.

Dia 4

   Este dia tem muita história. Nem praia, nem saídas, mas muito sofá, filmes, boa comida e sestas. Sapatilhas secas e partida após lanche. A chegada a Braga foi rápida. O acelerador foi colado nos 150 km/h e a Integra rolou, com duas pessoas e top case cheio, sempre com baixos consumos. Chegou com 35 550km, com 3 anos e 3 meses.

   Depois de fazer cerca de 4050 km (mais ferry) em 10 dias, rodar 610 km em 3 dias é uma sopinha.

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   Aos nossos leitores, resta-nos desejar boas curvas de moto. Entretanto há trabalhinho e outro tipo de viagens a fazer que não cabem nos relatos deste sítio. Em dezembro esperam-nos as feiras de Natal de Colónia (e aí, quando muito aluga-se uma lata...) e, mais para a frente, a Àsia. Porém, nesse destino, pensamos alugar uma mota e, então, certamente, haverá histórias para contar.

  Até lá, quando existiram por cá mais passeios, cá estaremos.

 

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