Douro outonal

 
   Um telefonema surpresa antes de um sábado inesperadamente soalheiro e ameno levaram, desta vez, a Honda Integra S DCT a juntar-se a uma Ducati Scrambler 803, a uma Yamaha FZ8 e a uma Harley Davidson Road King Special.
 
   Motas tão diferentes, mas todas prontas, juntamente com as suas montadas, para fazer muitas e muitas curvas bordejando a bela paisagem humanizada do rio Douro. 
   Três companheiros vindos da Figueira da Foz e um de Braga encontraram-se em Crasto, Sandim. A partir dali, os quatro tornearam a margem sul do rio que abriga a região vinícola demarcada mais antiga do mundo (1756 pelo  Marquês de Pombal).  O Alto Douro Vinhateiro é património Mundial da UNESCO desde 2001.
 
   O passeio seguiu, mais ou menos, este percurso: https://drive.google.com/open?id=1VxSOer40xd_SQ72-zr-pZ7HieW2NTs19&usp=sharing
 
   (Partindo da cidade da foz do Mondego. O motard de Braga, depois da Barragem do Varosa, abalou por outro percurso, mas com muita vontade de continuar a seguir os outros...)
 
 
   A estrada nacional n.º 222 foi a predileta. Para além do indicado no mapa, fez-se mais um pedaço da famosa estrada até à Eclusa da Barragem de Bagaúste (concelhos da Régua e Lamego, ao km 105 da via navegável do douro, desde a Foz), onde as embarcações, cheias de turistas, sobem o rio até bem acima, até ao Pinhão.
 
 
 

   O almoço foi na cidade da Régua, na Taberna do Jéréré, onde se comeu um bacalhau à lagareiro. A comida não desmerece nem impressiona. Pagou-se como turista. Bom lugar para descanso e ponto-da-situação do passeio mototurístico. Valeu pelo agradável convívio acompanhado por quatro frescas canecas de cerveja (que o vinho sempre tem mais álcool).

   Na referida eclusa observámos (após o almoço) os longos cruzeiros a transitarem para níveis diferenciados de água (27 metros de desnível). A nós também nos apeteceu continuar pela EN222 até Bateiras e dali, tomar a EN323 até ao Pinhão e... por aí fora, visitando, de passagem,  a Quinta de la Rosa... Mas isso será para outro passeio. Ficamo-nos pela paisagem de lindas cores outonais, até ao luxuoso Restaurante DOC, do Chef Rui Paula.
 

 

Saimos dali para a Barragem da Varosa. Subindo, pelo caminho boas vistas. As fragas da barragem marcam a paisagem.

Foi aqui que nos separamos. Um para o norte, os outros para o centro.


 

   Sobre pesos, andamentos, particularidades e consumos:

   Do peso pluma da Duc, cerca de 170 kg, passando pela Yamaha, 215 kg, pela Honda, 237 kg até aos 355 kg da HD (todos os pesos a seco, sem líquidos e extras) todas as motas rolaram dentro do mesmo ritmo, seguindo em formação.

   O que mais admirou este escriba foi, de facto, a destreza harmoniosa com que o harlista inseria a mastodôntica Road King nas curvas; impressionante mesmo! O líder do passeio marcava o andamento na sua Scrambler. O ritmo foi ótimo, o que significou afrouxar para ver a paisagem quando interessava e acelerar em ritmo de vivo a muito vivo quando o objetivo era mesmo fruir cada curva.

  O que admirei neste grupo já entrosado nas andanças é que se um afrouxava, os outros faziam-no. Parei quando o motard que ia à minha frente parou de repente. Tinha-lhe entrado um inseto no capacete (pois ia aberto). Pensei que os outros dois não tinham visto, mas de facto, a 100 m mais à frente, antes de uma curva, estavam parados à espera, o que significa que constantemente olhavam para o retrovisor a verificar os companheiros. Muito bom.

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 Ouvir o Akrapovic da FZ8 e o Termignoni da Duc era um deleite para os meus ouvidos, principalmente quando rugiam, inclinados, à saída de uma curva, usando o binário na lateral do pneu traseiro. O dono da HD andava a pensar em colocar escapes menos civilizados na mota (como em tempos fizera na 883), mas, com as inspeções à porta... Via-se no seu rosto, por vezes, um desejo de mais ruído. Eu, na Honda Integra (moto polivalente e sem escape de som contagiante), segui o ritmo com grande alegria, pois desliguei o sistema semi-automático, e foi metendo mudanças nas patilhas, usando mais o travão motor a meu gosto.

   Sobre consumos, nada se soube. Ninguém perguntou, pois poderia ser incómodo para tanta polegada cúbica na HD.

   O GPS do líder da caravana funcionou sempre bem, tirando dois ou três breves enganos (deliberados?) com o intuito de conhecermos mais uns quilómetros de curvas. :-)

   E foi um belíssimo passeio, mesmo antes do tempo mudar, pois o frio e a chuva já chegaram!

 

 

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