Douro outonal
O almoço foi na cidade da Régua, na Taberna do Jéréré, onde se comeu um bacalhau à lagareiro. A comida não desmerece nem impressiona. Pagou-se como turista. Bom lugar para descanso e ponto-da-situação do passeio mototurístico. Valeu pelo agradável convívio acompanhado por quatro frescas canecas de cerveja (que o vinho sempre tem mais álcool).
Saimos dali para a Barragem da Varosa. Subindo, pelo caminho boas vistas. As fragas da barragem marcam a paisagem.
Foi aqui que nos separamos. Um para o norte, os outros para o centro.
Sobre pesos, andamentos, particularidades e consumos:
Do peso pluma da Duc, cerca de 170 kg, passando pela Yamaha, 215 kg, pela Honda, 237 kg até aos 355 kg da HD (todos os pesos a seco, sem líquidos e extras) todas as motas rolaram dentro do mesmo ritmo, seguindo em formação.
O que mais admirou este escriba foi, de facto, a destreza harmoniosa com que o harlista inseria a mastodôntica Road King nas curvas; impressionante mesmo! O líder do passeio marcava o andamento na sua Scrambler. O ritmo foi ótimo, o que significou afrouxar para ver a paisagem quando interessava e acelerar em ritmo de vivo a muito vivo quando o objetivo era mesmo fruir cada curva.
O que admirei neste grupo já entrosado nas andanças é que se um afrouxava, os outros faziam-no. Parei quando o motard que ia à minha frente parou de repente. Tinha-lhe entrado um inseto no capacete (pois ia aberto). Pensei que os outros dois não tinham visto, mas de facto, a 100 m mais à frente, antes de uma curva, estavam parados à espera, o que significa que constantemente olhavam para o retrovisor a verificar os companheiros. Muito bom.
Ouvir o Akrapovic da FZ8 e o Termignoni da Duc era um deleite para os meus ouvidos, principalmente quando rugiam, inclinados, à saída de uma curva, usando o binário na lateral do pneu traseiro. O dono da HD andava a pensar em colocar escapes menos civilizados na mota (como em tempos fizera na 883), mas, com as inspeções à porta... Via-se no seu rosto, por vezes, um desejo de mais ruído. Eu, na Honda Integra (moto polivalente e sem escape de som contagiante), segui o ritmo com grande alegria, pois desliguei o sistema semi-automático, e foi metendo mudanças nas patilhas, usando mais o travão motor a meu gosto.
Sobre consumos, nada se soube. Ninguém perguntou, pois poderia ser incómodo para tanta polegada cúbica na HD.
O GPS do líder da caravana funcionou sempre bem, tirando dois ou três breves enganos (deliberados?) com o intuito de conhecermos mais uns quilómetros de curvas. :-)
E foi um belíssimo passeio, mesmo antes do tempo mudar, pois o frio e a chuva já chegaram!